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O amor nos filmes do Studio Ghibli


Amor em todas as cores: as histórias que o Studio Ghibli nos conta

Que tal uma história que te fez rir, chorar, sonhar e se apaixonar? Essas são as histórias que o Studio Ghibli nos conta.

O Studio Ghibli é um dos mais renomados estúdios de animação do mundo, conhecido por suas obras-primas que encantam, emocionam e inspiram o público de todas as idades. Os filmes do estúdio abordam diversos temas, como aventura, fantasia, guerra, ecologia, amadurecimento e, claro, amor. 

Mas o que se entende por amor nos filmes do Studio Ghibli? E como esse sentimento é retratado ao longo de sua filmografia?

O amor nos filmes do Studio Ghibli não se limita à ideia romântica de um casal apaixonado que vive feliz para sempre. Na verdade, muitos dos filmes do estúdio nem sequer têm um par romântico como protagonista, ou deixam o romance em segundo plano, dando mais ênfase a outros tipos de amor, como o amor familiar, o amor pela natureza, o amor pela arte, o amor pela vida. 

O amor nos filmes do Studio Ghibli é, acima de tudo, um sentimento que transcende as barreiras do tempo, do espaço, da cultura e da espécie, e que se manifesta de formas sutis, delicadas e respeitosas.

Neste artigo, vamos mergulhar no universo fascinante e poético do Studio Ghibli, e conhecer alguns dos amores que ele nos conta. Amores que nos fazem pensar, nos fazem vibrar e nos mostram os meus longas favoritos do estúdio.

Sussurros do Coração: o amor que nasce da leitura e da música

Imagine que você é uma estudante que adora ler e sonha em ser uma escritora. Agora imagine que, em todos os livros que você pega na biblioteca, há o mesmo nome escrito na ficha: Seiji Amasawa. (Imagina se apaixonar por alguém com o mesmo gosto literário que o seu? Meu sonho.) Quem será esse misterioso leitor que tem o mesmo gosto literário que você? Será que ele é bonito, inteligente, simpático? 

Essa é a história de Shizuku, uma estudante que ama ler e quer ser escritora. Ela vive em Tóquio, e passa o verão lendo livros e escrevendo letras de músicas. Ela tem uma imaginação fértil, e sonha com histórias fantásticas e românticas.

Um dia, ela nota que todos os livros que ela pega na biblioteca têm o mesmo nome escrito na ficha. Ela fica intrigada e curiosa com esse leitor misterioso que tem o mesmo gosto literário que ela.

Um dia, ela vê um gato no trem, e decide segui-lo. O gato a leva até uma loja de antiguidades, onde ela conhece o dono, um senhor gentil que lhe mostra um violino com uma estátua de um gato chamado Barão. O Barão é um gato elegante e refinado, que parece ter uma história mágica. Shizuku fica encantada com ele, e imagina que ele é o protagonista de uma de suas histórias.

Lá, ela também conhece Seiji, o neto do senhor, e sim, ele é o mesmo Seiji Amasawa que Shizuku vê nas fichas dos livros, e que desperta nela uma admiração e uma atração. 

Os dois se aproximam pela paixão pelos livros e pela música, duas formas de arte que expressam sentimentos e emoções. Eles se inspiram e se apoiam para seguir seus sonhos, e se desafiam a crescer e a se superar. Eles também se descobrem e se libertam de suas dúvidas e medos, e se abrem para o amor. Eles vivem uma linda história de amor, que nasce da leitura e da música, e que nos faz sonhar com eles.

Da Colina Kokuriko: o amor que resiste ao tempo e à mudança

Umi e Shun se encontraram por acaso, mas se apaixonaram por destino. Ela era uma estudante dedicada e sonhadora, que morava em uma pensão com a avó e as irmãs em Yokohama, no Japão de 1963. Ele era um garoto aventureiro e idealista, que amava aviões e que liderava o jornal da escola. Eles viviam em um mundo em transformação, que tentava se reconstruir após a guerra e se modernizar para o futuro.

Mas eles não se deixaram levar pela correnteza. Eles decidiram lutar pelo que acreditavam, pelo que amavam. Eles se uniram para salvar o Quartier Latin, um antigo prédio que abrigava os clubes estudantis, e que era um símbolo da memória e da cultura dos jovens. Eles se envolveram em uma campanha para preservar o patrimônio histórico e para mostrar que o progresso não precisava apagar o passado.

E, no meio dessa luta, eles se descobriram apaixonados. Eles se aproximaram, se conheceram, se admiraram, mas nem tudo era perfeito. Eles também enfrentaram obstáculos, conflitos, dúvidas. Eles descobriram um segredo do passado que os ligava de uma forma inesperada, e que colocava em risco o seu amor. Eles tiveram que escolher entre seguir o coração ou a razão, entre ficar juntos ou se afastar.

Da Colina Kokuriko é um filme de 2011, dirigido por Goro Miyazaki, com roteiro de Hayao Miyazaki e Keiko Niwa. É um filme que fala sobre o amor que resiste ao tempo e à mudança, mostrando a importância de valorizar o patrimônio histórico e cultural, e de lutar pelos ideais. 

O filme também explora o amor que se desenvolve de forma gradual e contraditória, passando por momentos de conflito, de compreensão, de ciúme, de carinho e de sacrifício. O filme revela um segredo do passado que envolve os dois, e que os faz questionar a natureza de seus sentimentos.

Meu Amigo Totoro: o amor que cura e que encanta

Imagine que você é uma criança que se muda com o seu pai e a sua irmã para o interior do Japão, para ficar perto da sua mãe, que está doente no hospital. Agora imagine que, na sua nova casa, você encontra um ser peculiar: um espírito da floresta, que tem o formato de um grande gato fofo! (Meu segundo sonho hehe)

Essa é a história de Satsuki e Mei, as protagonistas de Meu Amigo Totoro, um filme de 1988, escrito e dirigido por Hayao Miyazaki. Satsuki e Mei são duas irmãs que se mudam com o pai, um professor universitário, para uma casa antiga no campo, onde esperam pela recuperação da mãe, que está com tuberculose. Lá, elas vivem muitas aventuras ao lado de Totoro, um simpático espírito protetor da floresta, que vive em uma canforeira gigante. Totoro se torna o amigo inseparável das meninas, e as ajuda a superar as dificuldades e os medos que elas enfrentam.

Meu Amigo Totoro é um filme que faz a gente sorrir e se emocionar, mostrando como o amor, a imaginação e a natureza podem mudar a realidade, que fala sobre o amor que cura e que encanta, mostrando a inocência, a alegria das crianças, que conseguem ver a magia no cotidiano. 

O filme também mostra a solidariedade, a esperança e a fé das meninas, que enfrentam as dificuldades e os medos com a ajuda de Totoro e seus amigos. 

O Castelo no Céu: o amor pela aventura, pela liberdade e pelo mistério

Imagine um lugar onde o céu não é o limite, literalmente. Um lugar onde um castelo gigantesco flutua entre as nuvens, guardando segredos milenares e maravilhas inimagináveis. Um lugar onde a aventura, a liberdade e o mistério são as únicas leis. Esse é o cenário de O Castelo no Céu, um filme de animação japonês que vai te levar para uma viagem incrível pelo mundo de Laputa.

O filme conta a história de Pazu, um jovem que trabalha como aprendiz de engenheiro em uma cidade industrial. Um dia, ele encontra Sheeta, uma garota que cai do céu, literalmente. Ela tem um colar mágico que brilha quando ela está em perigo, e que esconde a chave para encontrar Laputa, o lendário castelo no céu. Juntos, eles partem em uma jornada cheia de perigos e surpresas, enfrentando piratas do ar, agentes militares e outras ameaças que querem o colar e o poder de Laputa.

Mas calma, qual é a origem do colar de Sheeta? Qual é a relação entre Laputa e o passado de Pazu e Sheeta? Essas são algumas das perguntas que eles terão que responder, enquanto descobrem o verdadeiro significado do amor e da coragem.

O amor entre Sheeta e Pazu é um dos elementos mais tocantes do filme. Eles se conhecem por acaso, mas logo se tornam inseparáveis. Eles se apoiam, se protegem e se divertem juntos. Eles compartilham o mesmo sonho de ver Laputa com seus próprios olhos, e o mesmo desejo de viver em liberdade. Eles se admiram pela sua força, sua bondade e sua coragem. Eles são o exemplo de um amor puro, sincero e inocente, que nasce da admiração mútua e da cumplicidade.

O Castelo no Céu é um filme que vai te encantar com a sua beleza, a sua emoção e a sua imaginação. 

Ponyo: o amor pela vida, pela transformação e pela amizade

Amor no fundo do mar? Não só o da Ariel! Ponyo é uma peixinha dourada que vive junto com seu pai, um poderoso feiticeiro que controla as ondas e as marés. Um dia, ela se aventura pela superfície e encontra Sosuke, um garoto de cinco anos que mora em uma casa à beira-mar. Sosuke fica encantado com Ponyo e a salva de ficar presa em uma garrafa. Ele a leva para sua casa e promete cuidar dela para sempre. Ponyo também se apaixona por Sosuke e deseja se tornar humana para ficar ao seu lado.

Mas o pai de Ponyo não aceita que sua filha abandone o seu mundo e se misture com os humanos. Ele tenta trazê-la de volta, mas Ponyo usa a magia de seu pai para se transformar em uma menina. Essa ação desequilibra a natureza e provoca uma enorme tempestade que ameaça a vida de todos. Agora, Ponyo e Sosuke precisam provar que o seu amor é verdadeiro e que podem superar qualquer obstáculo para ficarem juntos.

Eles se amam desde o primeiro momento em que se viram e sentem uma conexão especial, que transcende as diferenças. Eles se divertem juntos, se apoiam, se respeitam e se admiram e estão dispostos a enfrentar qualquer desafio para ficarem juntos, mesmo que isso signifique ir contra a vontade de seus pais, de seus mundos e da própria natureza. Eles são um exemplo de amor puro, inocente e sincero, que não se deixa abalar por nada. 

O filme é uma adaptação livre da história de A Pequena Sereia, de Hans Christian Andersen, e tem um visual deslumbrante e cheio de cores.

Enfim, o encerramento 

O amor nos filmes do Studio Ghibli é uma força que transcende as barreiras do tempo, do espaço e da realidade. É um sentimento que inspira os personagens a superarem seus medos, seus desafios e seus conflitos. É uma emoção que se manifesta de diversas formas, seja entre amigos, familiares, amantes ou até mesmo entre humanos e seres fantásticos.  Esses são apenas alguns exemplos de que nos convidam a uma viagem pelo universo mágico e poético do estúdio japonês. Os filmes do estúdio não negam o amor, mas sim o celebram de forma mais realista, humana e poética, respeitando a individualidade algo longe e diferente dos padrões Disney. 

Um estúdio que transborda amor em suas cenas e como diz meu namorado, deixa todo mundo meio "tchola". 
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